A conta que nunca fecha
Embora o custo de vida no Brasil ainda seja considerado mais barato que em 82% dos países no Mundo segundo o site de comparações Expatistan, não dá para ignorar o quanto tem sido caro viver na Terra Gentil.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), diz que são necessários R$ 4.143,55 para pagar alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família formada por quatro pessoas. Já outro órgão de pesquisas aponta que a estimativa de custos mensais de um grupo do mesmo tamanho é de $10 mil.
O IBGE divulgou em agosto/2021 que a despesa com alimentação per capita (por indivíduo) mensal no Brasil foi de R$ 209,12, e por aí temos uma equação cujo resultado não bate.
O preço da gasolina, a inviabilidade da carne vermelha e a alta nos artigos básicos da alimentação, levou o brasileiro a sacrificar a qualidade de vida para ao menos sobreviver nesse tempo pós pandêmico.
Paralelo a isso temos a notícia que 2,3 milhões de novos negócios foram abertos no Brasil em 2020. O mercado financeiro e as criptomoedas ressurgiram com uma realidade totalmente diferente do contexto, faturando milhões com facilidade.
Há um cenário de extrema desigualdade no País do Carnaval. Tamanha disparidade pode gerar a médio e longo prazo outros problemas como falta de segurança e infraestrutura para ambas as partes.
Meu senso de justiça vem antes de ser advogado, me compadeço e me posiciono como cidadão, como empresário, investidor, patrão e pai de família. O brasileiro que sempre fez piada de tudo, já está perdendo o senso de humor, e a paciência, com tanta dificuldade. Que estejamos, portanto, mais atentos aos nossos direitos e tomemos as rédeas da democracia a qual proclamamos como nação.
José Odécio de Camargo Júnior é advogado empresarial